Mel e saúde cardiometabólica

21/07/2023

Mel e saúde cardiometabólica

Há muito que o mel tem sido explorado como uma alternativa ao açúcar comum na dieta. De facto, alguns nutricionistas até priorizam o mel em detrimento de outros tipos de açúcar porque ele não é degradado tão rapidamente, tornando-o um melhor açúcar melhor para consumo. Todavia, investigadores e especialistas em nutrição consideram apesar de tudo que açúcar é açúcar; seja qual for a sua forma, o açúcar pode ter um efeito adverso no corpo, particularmente quando não é consumido com moderação. Os efeitos adversos mais óbvios são o aumento da glicémia, que pode levar ao desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares.

Investigadores canadianos conduziram recentemente um estudo em que, por consulta de bases de dados clínicos (MEDLINE, Embase, and the Cochrane Library), questionam o conceito de que o mel é açúcar e que o açúcar é sempre açúcar.

Nos trabalhos foram publicados na Nutrition Reviews, os autores descobriram que o mel, particularmente o mel cru derivado de uma fonte, pode ter vários benefícios metabólicos e cardiovasculares, sendo aqui elencados alguns:

– Redução do nível de LDL colesterol LDL.
– Redução da glicémia em jejum.
– Aumento do de HDL colesterol.
– Redução de alguns sinais de inflamação.

Mas, se açúcar é açúcar, como pode o mel ter esses benefícios para a saúde? Os autores apontam para a composição complexa do mel: ácidos orgânicos, minerais, vitaminas, enzimas, proteínas, aminoácidos e substâncias bioactivas. Trabalhos anteriores realizados em animais, já tinham sugerido potenciais benefícios cardiovasculares e metabólicos. O estudo também fornece informações detalhadas acerca da forma como o processamento do mel e a fonte floral do mel afectam os seus benefícios para a saúde.

A revisão incluiu 18 ensaios clínicos randomizados controlados. Os autores descobriram que o processamento do mel provoca a perda de muitos dos seus benefícios para a saúde, destacando um impacto máximo para o mel cru e não aquecido.

Os autores enfatizam o facto dos estudos revistos incluírem participantes que já seguiam dietas saudáveis, com quantidades mínimas de açúcar adicionado, como o mel, pelo que destacam o benefício na troca de outros açúcares por mel, em vez da adição de mel numa dieta em que se tenta evitar o açúcar.